Duarte Belo (Lisboa, 1968). Formação em arquitetura. Desde 1986 que trabalha no levantamento fotográfico sistemático da paisagem, formas de povoamento e arquiteturas em Portugal. Este trabalho continuado em mais de 700.000 quilómetros percorridos, deu origem a um arquivo fotográfico de mais de 1.450.000 fotografias. Publicou vários livros sobre o tempo e a forma do território português, de que se destacam: Portugal — O Sabor da Terra (1997-1998) e Portugal Património (2007-2008). Desenvolve atualmente projetos em suporte digital sobre Portugal. É editor do blog Cidade Infinita. Expõe desde 1987 e participa regularmente em conferências e mesas redondas em temas relacionados com paisagem, arquitetura, Portugal e fotografia, nomeadamente metodologias de registo e arquivo de imagem.
No dia 28 de abril de 2019, Duarte Belo iniciava, às 18h, uma viagem pedestre no vértice geodésico Penedo Durão, Poiares, Freixo de Espada à Cinta. Tinha como objetivo atravessar uma longa diagonal montanhosa do centro de Portugal e chegar ao Cabo da Roca, Colares, Sintra. Esta é a linha que divide o Portugal Atlântico, a norte, daquele outro meio país, a sul, sob influência climática da bacia do Mediterrâneo. Iria percorrer essa linha imaginária que, de forma indelével, distingue duas realidades que se entretecem num território relativamente pequeno mas de extraordinária diversidade paisagística. Este percurso de limbo será um espelho disso mesmo.
“Caminhar Oblíquo”, editado em 2020 pelo “Museu da Paisagem”, é o relato sumário dessa travessia, da sempre procurada, no solo, reinvenção, redescoberta, de um país.