08h00 – 11h30
Saídas Fotográficas “Manteigas: Vale por Natureza” / Experimentação de Equipamento
Necessita inscrição prévia (a disponibilizar a 20 de novembro às 12h). Esta sessões serão realizadas em parceria com as marcas presentes no festival e permitirão o contacto com o equipamento fotográfico da marca. Nestas sessões o participante não poderá fotografar com outro equipamento.
Serra da Estrela
11h30
Pausa para almoço
14h30
Inauguração da exposição “Manteigas: Perspetivas Outonais”
Sala de Expositores
15h00
Abertura Oficial do IX Imaginature: Festival de Fotografia de Paisagem, pelo Presidente da Câmara Municipal de Manteigas, Flávio Massano
Auditório Municipal
15h30
Ciclo de Apresentações
“Das Origens ao Presente, Sem Sair do Mesmo Sítio“, Rui Gaiola
“Casa de Criação“, Maria Oliveira
“A Viagem Monocromática“, Tiago Mateus
Auditório Municipal
19h00
Paisagem Narrativa
Espaço para Discussão
Moderação de Ricardo Salvo
Auditório Municipal
20h00
Final do 1º Dia
10h00
Recepção e Boas-vindas
Auditório Municipal
10h00
Ciclo de Apresentações
“Rios Invisíveis: A Magia da Fotografia com Infravermelhos“, José L. Diniz
“Fragmentos da Natureza“, Antonio Fernandez
Auditório Municipal
12h10
Pausa para almoço
14h30
Ciclo de Apresentações
“Breve Ensaio sobre Paisagens Interiores“, Carla de Sousa
Auditório Municipal
15h10
Narrativa Fotográfica, Mário Cruz
Auditório Municipal
17h00
Entrega dos prémios e apresentação das imagens premiadas do Concurso de Fotografia #EMBAIXADORESDEMANTEIGAS (Jovens/Escolas) e do XXXVII Concurso de Fotografia de Manteigas, Imaginature 2023 – Fotógrafo de Paisagem do Ano
Auditório Municipal
18h30
Cerimónia de Encerramento
Auditório Municipal
Em 2023, o Festival tem como fio condutor o tema “PAISAGEM NARRATIVA”.
Fotografia é uma palavra de múltiplos significados. Tanto representa a arte ou o processo de fixar uma imagem com o auxílio da luz, como o resultado obtido por esse mesmo processo. De qualquer forma, quer a Fotografia como arte, quer a fotografia como objeto que resulta dessa arte, têm a capacidade de contar histórias.
A narrativa fotográfica representa a capacidade de contar histórias através da imagem. Normalmente, usa-se uma série de imagens para contar essa história, para construir determinada narrativa. Uma série de imagens dá ao fotógrafo a possibilidade de transmitir uma mensagem mais complexa, enquanto permite, ao mesmo tempo, a quem vê, uma visão mais profunda do assunto retratado. A narrativa ajuda a ligar o espectador e o fotógrafo de forma mais coesa, criando uma experiência mais imersiva na leitura das imagens.
A paisagem, tal como a fotografia, é uma construção humana. Precisa de ser vivida, experienciada, partilhada. As suas várias dimensões – geográfica, política, social, cultural – dão significado a um espaço que, sem elas, seria apenas um terreno neutro, desprovido de qualquer interesse para a construção de uma cultura visual.
A paisagem, no contexto da arte, foi criada como um elemento de suporte àquilo que nela se queria mostrar e dizer, mas rapidamente se libertou desse papel de cenário para passar a ser um género de pleno direito, com o advento da pintura holandesa do século XVII. O artista passou a usar a paisagem para contar as suas histórias e não apenas para fazer correr nela essas mesmas histórias.
A fotografia de paisagem, que herdou muitas das características da pintura, em especial a romântica do séc. XIX., é muitas vezes consumida na sua componente artística e descartada por causa disso, por não conseguir passar uma mensagem mais forte do que apenas um cenário bonito. É certo que esta é uma visão muito redutora do tema, pois a fotografia de paisagem tem um poder narrativo igual aos de outros estilos fotográficos.
O poder documental da fotografia de paisagem ou da fotografia da paisagem é indiscutível. A sua capacidade narrativa existe por defeito, inerente ao próprio processo em si. Cabe ao fotógrafo colocá-lo em prática e construir a sua história, colocando-a à frente de quem a vai ler da forma mais efetiva possível.
Como nos lembra François Soulages, “uma paisagem é como um rosto: não é uma coisa, é uma relação de um sujeito com um objeto, em um caso, um território, em outro, um ser humano. Toda a paisagem é não apenas subjetiva, mas a promoção de uma subjetividade. Por esse motivo, é uma narração silenciosamente executada por um sujeito”.
Assim sendo, uma fotografia de paisagem, uma paisagem-obra, é nada mais do que uma relação entre a alma de alguém e um lugar, através da arte.
Nesta nona edição, pretende-se explorar o poder narrativo da fotografia, pedindo-se ao fotógrafo que nos desvende as suas histórias de relação com a paisagem, ao nível social, científico e artístico, utilizando para tal fim as suas imagens.
Com inúmeras publicações, grupos de discussão, formações e atividades de lazer, a fotografia de paisagem é um dos estilos mais populares. Permite a criação de uma ligação ao meio em que vivemos, ajudando igualmente na sua promoção como destino turístico e na consciencialização da importância da preservação dos territórios e da sua cultura, uma tendência iniciada pelos grandes fotógrafos naturalistas do século passado.
Por tudo isto, a fotografia de paisagem tem um papel fundamental no meio que interessa potenciar num festival como o IMAGINATURE.
Através de um leque multifacetado de fotógrafos, mas não só, o Festival apresenta diferentes abordagens à promoção da paisagem e à utilização da fotografia como meio privilegiado de construção de narrativas sobre a nossa relação com os lugares que habitamos e visitamos.
Das serras ao mar, da natureza intocada à paisagem das nossas cidades, seja na intimidade da terra que se abre debaixo dos nossos pés à mais grandiosa da sua representação, todas estas abordagens estarão presentes. Prometemos que vai ver a paisagem como nunca a viu, através das emoções e das razões de quem se deixa tocar por ela com uma câmara fotográfica na mão.